Atualizado em 15 de janeiro, 2014 - 06:33 (Brasília) 08:33 GMT
O número de leões na
África Ocidental sofreu um "colapso catastrófico", diz uma pesquisa
recém-publicada, que calcula que restem apenas 400 animais na região.
E teme-se que a população inteira esteja à beira da extinção, já
que haveria menos de 250 leões em idade de acasalamento.
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Natureza
A pesquisa, realizada pela ONG
Panthera e publicada noperiódico científico PLOS One, foi realizada em 17
países oeste-africanos, incluindo Senegal e Nigéria, por mais de seis anos.
Em 2005, estimava-se que havia
leões em 21 áreas protegidas na África Ocidental; agora, aparentemente
eles estão restritos a quatro dessas áreas - ou a apenas 1,1% de seu território
original.
A maioria de seu habitat natural foi convertida em área agrícola (sobretudo
grandes plantações de algodão e alimentos), diz Philipp Henschel, coautor da
pesquisa.
"Os resultados são chocantes - a maioria das áreas que
pesquisamos eram parques apenas no papel, sem orçamento gerencial, patrulhas.
Perderam todos os seus leões e outros grandes mamíferos", afirma Henschel
à BBC.
A Panthera quer que o leão seja listado como espécie ameaçada na
África Ocidental.
Ainda segundo a pesquisa, esse leão é atualmente encontrado em
apenas cinco países: Senegal, Nigéria, Benin, Níger e Burkina-Faso (os três
últimos países compartilham apenas uma população de leões, que habita uma parte
da tríplice fronteira).
Pesquisadores da Duke University, nos
Estados Unidos, dizem que os leões tem chances de sobrevivência bem maiores em
outras partes da África, graças à criação de reservas em parques nacionais –
nenhuma delas na África Ocidental.
Especialistas estimam que a população total de leões na África
hoje é composta de aproximadamente 32 mil animais.
Há 50 anos eram 100 mil, e a
queda é creditada à drástica redução, pelaação humana, da
área de savana natural, o habitat natural do leão.
Genética única
Os leões da região ocidental da
África têm um sequenciamento genéticoúnico,
não encontrado em outras espécies (incluindo as que vivem em zoológicos ou
outras forma de cativeiro).
A diminuição da espécie ameaça, assim, uma população já
geneticamente adaptada a condições específicas.
Além da redução de seu habitat,
eles são fortemente ameaçados pela caça ilegal, que abastece mercados locais.
"Em algumas áreas, testemunhamos pastores de gado e cabra
matando leões, após entrarem ilegalmente em áreas protegidas", prossegue
Henschel.
Também contribuem para o
cenário a falta de verbas para esforços de conservação, o aumento da população humana nas áreas onde vivem os animais e a pobreza
econômica.
"São alguns dos países mais pobres do mundo, cujos governos
têm prioridades maiores do que proteger leões", diz o pesquisador.
Símbolo de orgulho
Mas os leões oeste-africanos têm um significado especial na
cultura da região: são um símbolo de orgulho para governos e cidadãos e figuram
em brasões de diversos países.
A União Internacional pela Conservação da Natureza (IUCN, na
sigla em inglês) diz que será necessária ajuda internacional para salvar os
animais.
Ao mesmo tempo, Benin e Senegal estão elaborando um plano de
ação para identificar formas de salvar seus leões."
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